Por: Cauê Pixitelli | Publicado em 6 de novembro de 2017

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 Iniciativa foi colocada em prática a partir da necessidade levantada pelos próprios idosos

 Mandar e receber mensagens pelo WhatsApp pode parecer uma ação simples, mas para a geração dos “adotados digitais”, ou seja, pessoas que nasceram bem antes do advento de computadores e celulares, lidar com uma tela repleta de ícones não é tarefa fácil. Foi pensando nesse público que o Cras Marilena Pinto Ramalho, na Vila Queiroz, em Limeira, desenvolveu um curso de “Práticas de Celular Smartphone”. As aulas encerraram-se nesta segunda-feira (6) e receberam a participação de 15 alunas, a maioria com mais de 60 anos.

 A assistente social e coordenadora técnica do Cras, Eleni de Melo Silva Lopes, destacou que a iniciativa foi colocada em prática a partir da necessidade levantada pelos próprios idosos, dentro das ações que estimulam o protagonismo social. “O celular é uma ferramenta de inclusão social que permite o contato com familiares e amigos. É uma maneira de não ficar de fora das mídias sociais e de saber o que acontece no mundo”, afirmou.

 O curso foi ministrado pelo analista de sistemas aposentado Luiz Antônio dos Santos, que atuou no projeto por meio da Central de Voluntários do Fundo Social de Solidariedade. O conteúdo abordou questões básicas ligadas à utilização do aparelho, como envio de mensagens de texto e áudio pelo WhatsApp, ícones de configuração, componentes de hardware, principais softwares, dicas de fotografia e de envio de imagens, entre outros. Nesta última aula, também a pedido das alunas, Santos ensinou como se cadastrar no aplicativo Uber. “Algumas delas usam o Uber para vir até o Cras. Foi uma experiência muito rica”, afirmou.

 Segundo Natalina Andolfo Zanetti, de 76 anos, as aulas permitiram que ela aperfeiçoasse o conhecimento. Com sete filhos, 11 netos e três bisnetos, ela afirmou que pretende levar o que aprendeu para o grupo da terceira idade do qual é monitora, o Rosas de Amor. “Meu neto de sete anos me ensina muito, mas valeu a pena assistir às aulas, tirei muitas dúvidas”, disse enquanto digitava em seu iPhone 3.

 Outra aluna, Zoraide Maria Pizani, de 79 anos, contou que já teve vários modelos de celular, mas agora está usando um com conexão à internet. “No início fiquei nervosa e pensei em vender, mas todo mundo tem um celular, por que eu também não posso usar?”, questionou. Animada, ela disse que gostou muito do professor e que aprendeu a mandar mensagens de voz. “Posso levar o celular para todos os lugares”, comentou.

 Segundo a assistente social e técnica de Referência do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo – Idoso do Cras, Cláudia Prates Mejia, a ideia é que os idosos que frequentaram o curso tornem-se multiplicadores e repassem a informação para os grupos em que atuam como monitores. Atualmente, o Cras referencia 14 grupos de idosos em diversos bairros da cidade, que reúnem aproximadamente 1.200 pessoas.

 O Cras (Centro de Referência de Assistência Social) é responsável por desenvolver a Política Nacional de Assistência Social, configurando-se como porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social (Suas). Além de ofertar serviços e ações de proteção, atua na promoção de potencialidades, bem como o acesso a direitos e serviços que contribuam para a qualidade de vida. O Cras Marilena Pinto Ramalho funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Santa Cecília, 220, na Vila Queiroz. (Da redação Portal Notícia de Limeira)


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