Por: Renan Isaltino | Publicado em 14 de agosto de 2020

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 Emocionado, Tiago diz ser muito grato à nova oportunidade que sente ter

 Os profissionais da Unidade de Referência de Coronavírus (URC) comemoraram mais uma alta hospitalar, que é para eles sempre muito gratificante. O caso do paciente Tiago Sacramento Rodrigues, 38 anos, que saiu da URC na manhã desta sexta-feira (14) depois de 20 dias apenas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi marcante por tratar-se de um adulto jovem, sem comorbidades, e que desenvolveu a forma grave da doença. “Nem sei por tempo fiquei aqui entre a internação e UTI. Às pessoas que ainda não acreditam no perigo desta doença, peço que acreditem. Esta doença está em todo lugar. Não sei como posso ter me contaminado. E é gravíssimo! Então, vamos evitar e fazer tudo corretamente”, disse. Esta foi a mensagem de um paciente à população no momento de sua saída do hospital.

 Emocionado, Tiago diz ser muito grato à nova oportunidade que sente ter. “É uma nova vida. Vou reaprender a viver”. E sobre os profissionais que cuidaram dele, disse que vão ficar guardados para sempre no canto do coração dos que marcaram seu renascimento. “Eles se empenharam ao máximo para me tirar dali”, comentou. Após um forte abraço, a esposa Cátia relatou o quanto é gratificante vê-lo saindo bem e com saúde, depois de tudo.

 INTUBADO POR 11 DIAS

 Médico da UTI, o intensivista e diretor clínico da Humanitária, André Dahmen Rodrigues conta que Tiago começou com um quadro gripal comum e depois de cinco ou seis dias, evoluiu com dispneia (falta de ar). Na sequência, ele apresentou insuficiência respiratória e, neste momento, foi solicitada vaga na UTI. “Tentamos fazer a ventilação não invasiva, em que o ar é empurrado por meio de uma máscara. É a última tentativa para o paciente não ir para o tubo”. Mesmo com este procedimento e outras técnicas, a saturação, a quantidade de oxigênio circulando no sangue, estava baixa. Não teve jeito e foi intubado”.

 PACIENTE SEM FATOR DE RISCO

 O médico ressaltou que muito se fala dos fatores de risco que propensam ao desenvolvimento da forma grave da doença – pacientes com hipertensão, diabetes, obesidade, asma, DPOC. Porém, o que chamou a atenção é que o paciente é jovem e não tinha nenhum fator de risco.

 De acordo com o médico, o componente genético do paciente em relação à doença é muito importante. “Por mais que seja uma doença nova e não tenha ainda muitas publicações, sabemos que, por exemplo, não é porque uma pessoa nunca fumou que ela não pode ter câncer de pulmão”. O médico acredita que o componente genético do paciente pode ter exacerbado uma resposta inflamatória muito importante. “A mesma carga viral inalada por uma pessoa, mesmo sem fator de risco, e com a mesma idade, pode não desenvolver a forma grave”. Ele diz que não é tão incomum adultos jovens serem internados e evoluírem para um quadro mais grave.

 ALERTA

 Isso que é importante para a população, alerta o médico: não sabemos quem é esse paciente que vai desenvolver a forma grave da doença. De acordo com ele, pessoas que estiveram numa mesma aglomeração não desenvolveram a forma grave da doença, mas integrantes de uma mesma família, como mãe e filha, sim.

 Dr. André também diz que, não é porque pela política de saúde do governo do Estado em que a região evoluiu para a fase amarela, que as medidas de distanciamento social e etiquetas respiratórias devem ser ignoradas. “É evitar aglomeração porque neste meio não se sabe quem pode contrair o vírus e ficar em situação grave. Máscara, distanciamento social, higienização frequente das mãos. Não tem jeito”. (Da redação portal Notícia de Limeira)


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