Por: Renan Isaltino | Publicado em 3 de setembro de 2020

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 A medida vale para todos os níveis de educação, ensino infantil, fundamental, médio e superior, com exceção das aulas práticas dos cursos da área de saúde

 A Prefeitura de Limeira anunciou nesta quinta-feira (3) que as aulas presenciais nas redes de ensino pública e privada não serão retomadas neste ano. A medida vale para todos os níveis de educação, ensino infantil, fundamental, médio e superior, com exceção das aulas práticas dos cursos da área de saúde. Segundo os secretários André De Francesco (Educação) e Vitor Santos (Saúde) o objetivo é evitar uma segunda onda de contaminação pelo coronavírus na cidade.

 Além do risco de transmissão da doença nas escolas, crianças e jovens poderiam ser “vetores” do coronavírus, contaminando seus familiares. A preocupação com a saúde de todos os profissionais que atuam na rede, como professores, monitores, merendeiras, entre outros, também foi levada em consideração pela atual administração.

 Apesar de o Governo Estadual autorizar o retorno das aulas presenciais a partir da próxima semana (para atividades de acolhimento e recuperação), a decisão da prefeitura baseou-se em uma série de indicadores, como velocidade de contaminação, ocupação da rede hospitalar e inquérito sorológico.

 E ainda, a avaliação do Grupo Técnico de Prevenção e Enfrentamento ao Coronavírus, que nas últimas três semanas debruçou-se sobre o tema. O grupo é formado pelo Executivo e por diretores dos hospitais públicos e privados do município e foi criado ainda em março para acompanhar a evolução da pandemia e auxiliar na tomada de decisões.

 Paralelamente às questões técnicas, a Administração Municipal reuniu-se nos últimos dias com representantes do sindicato dos professores e de escolas particulares, para acolher as demandas de todos os setores educacionais afetados pela pandemia.

 Outro dado relevante para manter exclusivamente a educação remota foi uma pesquisa realizada com familiares de alunos da rede municipal. Das 10 mil pessoas que responderam ao levantamento, 88% manifestaram-se contra o retorno das aulas presenciais agora em 2020. “Diante de todas essas informações, optamos tecnicamente pela suspensão das aulas presenciais”, afirma Francesco. A decisão também vale para cursos de inglês, escolas de informática, entre outros.

 O secretário destaca que toda a estrutura desenvolvida pela rede municipal para dar continuidade ao aprendizado remoto seguirá operando. O ensino à distância inclui a distribuição de kits de alimentos, kits pedagógicos, atividades on-line e o acompanhamento de alunos e seus familiares por meios digitais. Quanto à validação do ano letivo, ele informa que serão considerados oito ciclos que se estenderão até 2021, quando o aluno poderá recuperar conteúdos e ser avaliado.

 Vitor Santos, por sua vez, observa que o coronavírus apresenta comportamento mutante e tem se manifestado de maneira distinta pelo país. Algumas cidades, ele afirma, já passaram pelo pico de contaminação, em outras, a epidemia está começando agora.

 Em Limeira, embora a velocidade de novos casos tenha caído em agosto, ele salienta que esse quadro ainda não está estabilizado, e portanto, não permite a retomada segura das aulas. Conforme o secretário, não se sabe ao certo como será a difusão da doença entre crianças e adolescentes, considerando-se que o inquérito sorológico realizado pelo município na semana passada testou pessoas acima de 15 anos.

 Vitor Santos enfatiza que as crianças menores (até 6 anos) estão mais vulneráveis ao agravamento da doença. Nessa faixa etária também há maior dificuldade de evitar o contato físico entre os alunos. Somado a isso, ele destaca que o retorno às aulas presenciais transformaria tanto crianças quanto adolescentes em “vetores” do coronavírus, levando a doença para o ambiente doméstico. “O retorno às aulas nesse momento possibilitaria uma segunda onda de contaminação, como tem acontecido em países da Europa”, conclui. (Da redação portal Notícia de Limeira)


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