Por: Renan Isaltino | Publicado em 25 de setembro de 2020

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 Em Limeira, o Centro Educacional João Fischer Sobrinho – Área Auditiva é referência nesse setor

 Neste sábado (26) é um dia especial para o fortalecimento da inclusão social das pessoas com deficiência, quando se comemora o Dia Nacional dos Surdos, instituído pela Lei nº 11.796/2008. A data coincide com a fundação, em 1857 e por iniciativa de Dom Pedro 2º, da primeira escola de surdos no Brasil, o atual Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro. Em Limeira, o Centro Educacional João Fischer Sobrinho – Área Auditiva é referência nesse setor.

 Inaugurado há exatos 30 anos, o João Fischer oferece atendimento socioeducacional bilíngue a crianças, adolescentes e adultos com deficiência auditiva, surdez ou surdo-cegueira. As atividades também são voltadas aos familiares, por meio da formação de grupos de apoio e do ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

 Segundo a assistente social, especialista em Educação Inclusiva e coordenadora do João Fischer, Marina Alencar, esse trabalho objetiva a sociabilidade, a integração familiar e comunitária, bem como o desenvolvimento de potencialidades. “Procuramos estimular a autonomia, a melhoria da qualidade de vida e a conquista da cidadania, visando uma efetiva inclusão social”, destaca.

 Para tanto, o serviço mantém uma equipe multidisciplinar, formada por assistente social, psicóloga, fonoaudiólogas, educadoras de projetos sociais, entre outros. Conta, ainda, com a atuação do ex-aluno e hoje professor de Libras, Alexssandro Silva da Fonseca.

 Durante a pandemia e a consequente suspensão dos atendimentos presenciais, os profissionais do João Fischer precisaram se adaptar. Passaram a desenvolver kits pedagógicos, de acordo com o estágio de desenvolvimento de cada aluno. Os kits são enviados pelos Correios, para evitar a necessidade de deslocamento até a unidade. Vídeos com orientações de como realizar as tarefas também começaram a ser enviados pelo WhatsApp. “Essas atividades auxiliam na manutenção da rotina e no fortalecimento do vínculo entre os alunos e o João Fischer”, observa a coordenadora.

 A instituição costuma realizar em setembro uma festividade ou evento para marcar o “Dia Nacional dos Surdos”. Porém, neste ano, em razão da pandemia de Covid-19, a comemoração foi suspensa. “Mesmo com a pandemia de coronavírus, estamos muito satisfeitos com o resultado de todo nosso esforço para que as atividades pedagógicas não fossem interrompidas”, enfatiza Marina.

 Atendimentos

 O serviço é mantido pelo Ceprosom e atende 40 pessoas, de 3 a 73 anos. Uma delas é Arthur, de 8 anos. A mãe, Elaine Cristina de Souza, de 33 anos, conta que o filho foi diagnosticado com perda auditiva severa bilateral, quando tinha quatro anos de idade. “Percebíamos a dificuldade que ele tinha para cantar musiquinhas. Ele era bastante nervoso e de poucas palavras”, relembra Elaine.

 Aos cinco, o pequeno Arthur já frequentava o João Fischer. “Nosso objetivo quando o matriculamos nessa instituição era a inclusão social”, comenta. Por esse motivo, Elaine também passou a assistir às aulas de Libras do centro educacional.

 Apesar de usar aparelho auditivo – capaz de proporcionar melhora auditiva da ordem de 90% – Arthur fez questão de dominar a Língua Brasileira de Sinais (Libras). “Hoje ele fala de tudo, mas também usa Libras porque é apaixonado por essa língua”, comenta Elaine.

 Ela avalia que ao longo dos três anos de convivência com alunos e profissionais do João Fischer, o filho desenvolveu-se e conquistou um grande aprendizado. Paralelamente ao João Fischer, Arthur é aluno da Ceief Professora Flora de Castro Rodrigues, onde participa do programa de Educação Bilíngue, iniciado agora em 2020. “Ele nos surpreende muito com a empatia pelos amigos. Só tenho a agradecer à equipe do João Fisher”, finaliza Elaine. (Da redação portal Notícia de Limeira)


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