A médica ficou bastante conhecida no Brasil por um vídeo em que apelou ao presidente Jair Bolsonaro para que enviasse medicamentos a Porto Seguro; e foi atendida
Em entrevista à jornalista Leda Nagle recentemente, a médica intensivista de Porto Seguro (Bahia), Raíssa Soares, cita Limeira como exemplo de política pública no enfrentamento ao coronavírus, mais especificamente no esforço para impedir mortes. A médica ficou bastante conhecida no Brasil por um vídeo em que apelou ao presidente Jair Bolsonaro para que enviasse medicamentos a Porto Seguro; e foi atendida.
Na entrevista ao “Canal Leda Nagle”, no Youtube, a médica fala da importância do tratamento precoce e sobre o protocolo que tem sido adotado com sucesso em Porto Seguro. Ao detalhar como o vírus age no organismo, que pode se agravar com a inflamação e tromboembolismo (trombose nos pulmões), a médica cita que muitos lugares ainda não usam anticoagulante na fase em que a substância pode ser determinante. Lembra também que o medicamento pode ter um custo elevado para as pessoas sem poder de compra, e cita: “Limeira, em São Paulo, entregam de graça a enoxaparina. […] quem entra na fase inflamatória, ou tem obesidade e diabetes, essas pessoas precisam tomar anticoagulante; isso é protocolo. Uma caixa com 10 ampolas custa R$ 500. A Prefeitura de Limeira entregou a enoxaparina, no centro de Covid [Unidade de Referência Coronavírus – URC] para seu cliente como política pública da cidade. Olha que espetáculo. Agora pergunta se a gente tem isso aqui em Porto Seguro? Infelizmente, não”.
O secretário de Saúde, Vitor Santos, diz que é muito gratificante para o município ter o reconhecimento de uma médica que é uma das referências no Brasil no combate à Covid-19. Ele conta que um dos médicos que tem colaborado intensamente na URC esteve em encontro em Brasília, onde compartilhou as ações de Limeira com Raíssa Soares e outros profissionais.
MUDA TRAJETÓRIA DA DOENÇA
Desde antes da declaração de pandemia, em março, a Prefeitura de Limeira tem planejado cada etapa do enfrentamento à pandemia, até mesmo em relação aos medicamentos colocados à disposição. O enoxaparina não faz parte da cesta de medicamentos básicos da rede municipal. É medicamento de alto custo, mas de acordo com o secretário, assim que ele foi apontado como uma das substâncias que podem mudar a trajetória da doença, se ministrado na etapa correta, o Município passou a comprar.
O investimento, até o momento, para a compra do enoxaparina é de R$ 282 mil. Como o protocolo indica a prescrição em fase em que normalmente o paciente deve estar internado, as ampolas ficam na farmácia da URC. “É conduta médica. Entendemos que nossa obrigação é oferecer todas as opções de tratamento. Além do enoxaparina, outros medicamentos que mesmo não sendo parte da cesta, foram comprados”. (Da redação portal Notícia de Limeira)