Por: Cauê Pixitelli | Publicado em 25 de abril de 2023

Compartilhe

 A criança, que é PcD, foi levada deitada no banco sem cinto de segurança em uma Doblò

Uma munícipe de Cordeirópolis procurou pelo Notícia de Limeira para denunciar falta de transporte para pessoas com deficiências (PcDs) em Cordeirópolis. A mãe de 39 anos contou que seu filho, que hoje tem 12 anos, começou a usar o transporte cedido pela Prefeitura de Cordeirópolis, aos 2 anos, quando ele ainda era pequeno e quando era possível utilizar um veículo comum. “Antes a gente utilizava o transporte comum, uma van comum, sem ser adaptada, porque ele ainda era pequeno e eu conseguia carregar ele no colo, porque não tinha van adaptada”, disse Elidiane Ribeiro, mãe do garoto.

Porém com o passar dos anos o menino cresceu, e segundo Elidiane, ela foi atrás de um transporte adaptado. “Veio esse transporte adaptado há mais ou menos oito anos na cidade e depois de mais alguns anos veio um micro-ônibus adaptado, então atualmente na cidade só tem esse micro-ônibus e essa van adaptada, com elevador para cadeirante. Tem outras vans que eles (se referindo à Prefeitura de Cordeirópolis) falam que é adaptada, mas não é. Para quem tem acessibilidade reduzida, então um idoso, porque daí é o banco quem sai da van e o idoso sobe no banco. Para o Bruno essa van não tem como ele utilizar, para ele tem que ser essa que tem a rampa para subir com a cadeira de rodas.”, explicou Elidiane.

Periodicamente ela leva o menino a consultas em Piracicaba, onde ele faz tratamentos. Hoje (25) ela teve uma consulta em São Paulo marcada há quatro meses e não tinha transporte específico para levar a criança. A van está quebrada e no micro-ônibus, segundo a mãe, também não é possível levar seu filho, já que a criança se alimenta por sonda e ela tem que ir atrás de seu filho, no banco, para poder verificar a dieta dele e no micro-ônibus ela não tem visibilidade devido à posição dos bancos do ônibus.

A Prefeitura de Cordeirópolis disponibilizou um veículo Doblò e conduziu a criança, sem segurança, até São Paulo na manhã de hoje (25). O menino foi deitado no banco, junto com a mãe, sem cinto de segurança e sem transporte correto, tendo a Prefeitura de Cordeirópolis, por meio do motorista, infringido o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) por transportar passageiros sem cinto de segurança, previsto no artigo 167 do CTB.

Procurada, a Prefeitura de Cordeirópolis disse que “a pasta possui um micro-ônibus adaptado com elevador e três vans adaptadas com cadeira para crianças para transporte de pessoas com deficiência. Uma dessas vans possui o elevador que transporta o paciente sentado direto na cadeira de rodas. Porém este veículo está em manutenção na mecânica desde a última quinta-feira (20) véspera de feriado. As outras duas vans não possuem o elevador porém há uma cadeira adaptada para o transporte de criança. Esta cadeira segue todas as normas de segurança.” Disse ainda que “a mãe recusou o transporte e foi oferecido o modelo Doblò zero km, que foi adquirido no início de 2023. Para seguir a viagem a mãe do paciente optou pelo uso da cadeira própria do filho até chegar na cidade de São Paulo. Uma vez que um funcionário da Saúde, se prontificou um dia antes, a testar no veículo a cadeira que a mãe escolheu. Feito isso, a Secretaria se prontificou para que não houvesse atraso na consulta e o conforto e a segurança do paciente fossem mantidas como prioridade ao longo do percurso.” (Cauê Pixitelli)


Compartilhe

Comentários

comentários